O funeral de Jimmy Carter, morto aos 100 anos, é marcado por uma profunda ironia ao coincidir com o retorno de Donald Trump ao poder. Carter, conhecido por suas políticas de energias renováveis e combate à discriminação, contrasta com o legado de Trump, que representa o oposto desses valores.
A data era 20 de junho de 1979. Jimmy Carter assistia à instalação de painéis solares sobre o teto da Casa Branca. O gesto fazia parte de sua"guerra" por energias alternativas e sua promessa de que, até o ano 2000, 20% de todo o abastecimento dos EUA viriam de fontes renováveis.
Seu enterro está marcado para o dia 9 de janeiro. Mas, antes, seu corpo fez uma verdadeira procissão pelo estado de onde ele veio, a Georgia. Ainda em 1971, ao assumir o cargo de governador da Georgia, ele surpreendeu ao usar o discurso de posse para alertar que a"era da discriminação havia terminado". Num estado do Sul e que ainda fazia a transição de uma sociedade profundamente racista, sua fala foi respondida com um silêncio desconfortável entre o público e aplausos por parte das minorias.
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Morreu Jimmy Carter aos 100 anosJimmy Carter, expresidente dos Estados Unidos, morreu neste domingo aos 100 anos na sua casa em Plains, no estado do sul de Georgia, rodeado pela família, de acordo com informações de seus filhos e do Centro Carter. Conhecido por sua honestidade e sinceridade, Carter ganhou as eleições presidenciais de 1976 após a comoção da Guerra do Vietnã e do caso Watergate. Governou fiel a seus princípios, mas a crise do petróleo e a tomada de reféns na Embaixada no Irã o condenaram a ser um presidente de um único mandato. Foi barrido pela era Reagan, mas sua figura se ampliou após sair da Casa Branca. Retornou para sua casa em Georgia e se dedicou à promoção da democracia e dos direitos humanos no mundo através do Centro Carter. Em 2002, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. No momento da entrega do prêmio, Gunnar Berge, presidente do comitê Nobel, disse sobre ele: “É provável que Jimmy Carter não passe para a história dos Estados Unidos como o presidente mais eficaz. Mas sem dúvida é o melhor ex-presidente que o país já teve”. O Centro Carter anunciou em 18 de fevereiro de 2023 que Carter havia decidido se submeter a cuidados paliativos em sua modesta casa de sempre, em Plains (Georgia). O anúncio gerou uma onda de mensagens de apoio e uma reavaliação de sua presidência, que agora é vista como algo incompreendida e desafortunada, mas que ganhou com o tempo. Seu 100º aniversário, em 1 de outubro passado, se tornou um tributo de despedida em vida em que foram celebrados os feitos de sua presidência e posteriores. No dia do seu centenário, ele foi visto pela última vez, contemplando o sobrevoo de aviões em seu homenagem no jardim de sua casa em Pleins (Georgia). Votou por correspondência nas últimas eleições presidenciais para Kamala Harris, derrotada por Donald Trump, mas morreu antes que o republicano assumisse o cargo.
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