A estratégia oculta da falsa frente ampla
Fazer uma frente ampla não é capturar desgarrados dispostos a prestar vassalagem. É necessário fazer acordos políticos, ceder, construir consensos – sem eliminar dissensos – com os diferentes, não somente com os iguais.de esquerda, quer dizer, uma coalizão de forças políticas do seu campo ideológico que recrutou desavisados de outros campos para dar a impressão de que tem um programa comum e uma coordenação conjunta .
Depois de conseguir plantar no jornalismo e no colunismo políticos a ideia de frente ampla, o PT partiu então para outra maquiagem. Chamar também de frente ampla o tradicional acordão de forças políticas que tem como objetivo assegurar maioria para o governo com base na troca de cargos por apoio. Essa falsa frente ampla fisiológica, na sua forma mais primitiva , foi chamada de mensalão..
para evitar a volta de Bolsonaro, desenha-se aqui uma estratégia cujo objetivo real é impedir a formação de um centro democrático liberal no Brasil, assegurando uma hegemonia petista de longa duração. Sim, é preciso assegurar que o governo Lula seja efetivamente um governo de transição: uma transição para outro governo do PT.
A operação lulopetista visa impedir a formação de uma oposição democrática. Para manter a dinâmica bipolar da qual vivem os populismos, ou seja, para continuar praticando a política como continuação da guerra por outros meios, que alimenta o lulopetismo e retroalimenta o bolsonarismo, Lula e o PT vão dizer que toda oposição ao seu governo é, na verdade, uma oposição à democracia.
Ora, nenhum regime político, em qualquer país do mundo ou época da história, chegou a ser uma democracia liberal sem pluralidade democrática e sem oposição democrática. Mas quem disse que Lula e o PT querem uma democracia liberal? Não querem.para ganhar eleições sucessivamente e ficar no governo para sempre ., que queria converter nossa democracia eleitoral em uma autocracia eleitoral, um regime claramente iliberal. O PT, não.