Trinta anos depois da queda do Muro de Berlim, a BBC reconta a história de universitários que levaram adiante plano para ajudar fugitivos da Alemanha Oriental
O dia da fuga chegou. Por toda Berlim Oriental, homens, mulheres — incluindo a noiva de Wolfdieter, Renate — e crianças começaram a seguir em direção ao imóvel por onde fugiriam. Eles partem em momentos diferentes. Alguns caminharam, outros pegaram o ônibus ou o bonde.
Eles coletaram tudo de que precisavam: machados, martelos, brocas e rádios. Eles também conseguiram pistolas e até uma velha metralhadora da Segunda Guerra Mundial.Eles começaram a rastejar pelo túnel silenciosamente. Ao chegarem, eram quatro da tarde e, acima deles, em uma rua do lado de fora da casa, chegavam os fugitivos.
O trio estava apavorado. Eles sabiam que a operação havia sido descoberta, mas o que eles não sabiam era que um grupo de soldados estava agora no cômodo ao lado, com fuzis Kalashnikov nas mãos.O relatório afirma que os soldados estavam prestes a invadir a sala de estar quando, de repente, ouviram um dos escavadores mencionar uma metralhadora. Eles fizeram uma pausa e decidiram esperar por apoio.
Primeiro, ele foi interrogado pela polícia. Então, eles o entregaram à Stasi, que o levou à prisão de Hohenschönhausen, uma antiga prisão soviética."Era madrugada Fui revistado, depois recebi roupas da prisão. E então o interrogatório começou", lembra Wolfdieter.Nos anos 1950, a Stasi era conhecida por praticar tortura física. Na década de 1960, eles contavam mais com técnicas de tortura psicológica.
"O primeiro interrogatório durou 12 horas", lembra Wolfdieter."Eles não precisam bater em você. Você está cansado, não há água, não há comida. Nada." Mas agora já estavam muito longe para que as autoridades da Alemanha Ocidental pudessem consertar o problema. Ou os escavadores teriam de abandonar o túnel, ou invadiriam um porão aleatório no Leste.
A nova missão foi marcada para 14 de setembro. Alguns estudantes se ofereceram para ir ao Oriente e contar aos fugitivos sobre o novo plano. Mas, como na última vez, eles precisariam de um mensageiro para atravessar a fronteira no próprio dia da fuga e dar sinais para que os berlinenses orientais soubessem quando deveriam ir ao túnel.
Ao abrir a porta da frente, Joachim deu de cara com um grupo de soldados sentados numa cabana, mas deu sorte de eles estarem distraídos. A porta abriu, e era a mãe que estava no primeiro pub, Eveline Schmidt, com seu marido e sua filha de dois anos. O trio precisou de ajuda para entrar no túnel."Estava escuro. Havia apenas uma lâmpada na entrada. Um dos escavadores segurou minha filha e eu comecei a rastejar", relata ela.
O túnel estava cheio de água, mas um escavador ainda esperava por alguém. O nome dele era Claus, que aguardava sua esposa, Inge. No outro extremo do túnel, Joachim ainda estava no porão. Vinte e nove pessoas conseguiram escapar. Com a água até os joelhos, sabia que era hora de partir."Tantas coisas passaram pela minha cabeça", diz ele.
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