Este artigo explora a crescente criminalização da imigração nos Estados Unidos, desde as primeiras leis de 1929 até as políticas de Donald Trump. Através da análise do termo 'crimigração', a autora Juliet Stumpf demonstra como a percepção dos imigrantes mudou de membros da sociedade para criminosos, impactando vidas e comunidades.
Como 'criminosos', mas o governo do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou que eles 'não têm nenhuma pendência com a justiça, nem da Colômbia, nem dos Estados Unidos'. 'É uma grande mudança cultural na nossa nação observar alguém que viola nossas leis de imigração como criminoso. Mas é exatamente isso que eles são', declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
O que é o 'efeito máquina de lavar' que ajuda a explicar por que tarifas de Trump podem prejudicar os EUA? A estratégia de Trump atinge também os imigrantes que tenham cumprido com os procedimentos legais para regularizar sua situação. Atribui-se à jurista Juliet Stumpf a criação, no ano de 2006, do termo 'crimigração', que ganhou novo vigor e atualidade no segundo mandato de Donald Trump. 'Historicamente, observamos imigrantes sem autorização como membros desta sociedade de alguma forma, oferecendo seu trabalho ou outros benefícios', declarou Stumpf à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC. 'Mas, quando criminalizamos os imigrantes, realmente começamos a retirar deles a ideia de serem parte dos EUA. A 'crimigração' é uma forma de fazer isso de duas formas, pelo lado penal e pelo lado migratório.' O uso do termo 'crimigração' se estendeu amplamente, dentro e fora do setor acadêmico. Um exemplo é a Faculdade de Direito da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que possui uma Clínica de Crimigração. A BBC News Mundo conversou com a professora Stumpf sobre este termo, sua origem, o uso adotado por diferentes governos e seu atual significado, com as medidas do presidente Trump. Mudar de um lugar para outro, em busca de um lugar melhor e mais seguro para viver, faz parte da nossa natureza. Existem pessoas que chegam a defender que emigrar é um direito humano. Como o direito à livre movimentação se transformou em algo que, muitas vezes, é muito perigoso e, em alguns casos, pode acabar gerando punições? A migração sempre foi uma das nossas grandes vantagens enquanto espécie – um dos motivos que nos levaram a conseguir viver em quase todos os continentes do planeta. Mas acredito que, desde o princípio, deva ter havido disputas e discussões sobre quem deveria morar onde, além de enfrentamentos por território. O que temos visto com o passar do tempo é que, à medida que migramos e nos assentamos em diferentes lugares, esta conduta de deslocamento de um lugar para outro foi criminalizada. As leis dos Estados Unidos permitiram grande liberdade de movimento entre os Estados. Quando a pessoa está dentro do país, ela pode se deslocar e se estabelecer em outro Estado sem nenhuma barreira, o que tem sido uma vantagem real para o país. A professora Juliet Stumpf leciona na Faculdade de Direito Lewis & Clark, no Estado americano de Oregon. Por muito tempo, os Estados Unidos mantiveram leis relativas à migração. Mas foi apenas em 1929 que, de fato, criminalizamos o deslocamento através das fronteiras. Em relação a aquele ano, as fantásticas pesquisas de Kelly Lytle Hernández e outros pesquisadores demonstraram que a aprovação destas leis que criminalizaram a migração não autorizada se deveu a um senador que acreditava na pureza das raças e achava que, criminalizando a migração, ele iria deter a imigração mexicana para os Estados Unidos. Até então, os Estados Unidos não tinham este tipo de legislação. Ela faz parte da história de racismo estrutural dos Estados Unidos e são mais uma peça do quebra-cabeça para tentar criar partes do país privilegiadas ou totalmente brancas. No início dos anos 1990, começamos a nos basear nos antecedentes criminais, ou na crença de que uma pessoa tivesse ou pudesse ter antecedentes, para não permitir sua entrada nos Estados Unidos ou promover sua deportação. Nas décadas de 1990 e 2000 e mais recentemente, a legislação americana foi alterada para aumentar a criminalização. Foram incluídas mais sanções e antecedentes criminais que poderiam constituir motivos para a deportação. Até mesmo se o imigrante tivesse sido condenado, mas cumprido totalmente sua pena, ele poderia, agora, estar sujeito à deportação, de formas como nunca havíamos visto antes. E some-se a isso o aumento da implementação dessas leis e o ambiente de vigilância migratória. Tudo isso criou nos Estados Unidos a tendência de colocar ideias sobre a imigração e os imigrantes em nossas mentes. Eles deixaram de ser percebidos como pessoas que vieram trabalhar, que procuram segurança e reunião com seus familiares, para serem considerados criminosos, pessoas indesejáveis ou perigosas, especialmente neste momento. No dia 21 de janeiro, uma vigília em uma igreja de Los Angeles, no Estado americano da Califórnia, protestou contra as deportações de imigrantes no país. 'A imigração é um direito humano', diz o cartaz.Basicamente, é possível observar e analisar esta tendência crescente de criminalização dos imigrantes de três formas distintas
CRIMINAÇÃO IMIGRANTES TRUMP ESTADOS UNIDOS DIREITOS HUMANOS
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